Em Janeiro de 2017 , eu e uns alguns teimosos vamos lançar uma revista digital.
Deixo aqui um dos artigos da mesma, para vos aguçar o apetite.
Boa leitura.
Conspiranóia, elites e a guerra contra o oculto.
Existe
uma crença generalizada que a elite e as suas sociedades secretas
manipulam o mundo através de artes arcanas e da mais nefanda
feitiçaria.
A
internet está pejada de histórias de rituais satânicos ,
sacrifícios humanos e abuso ritual de crianças . A culpa, dizem, é
da elite, dos Illluminati.
Vamos
falar um pouco sobre isto.
O
poder (político, económico, judiciário) sempre cortejou o poder e
o ocultismo aparece na mente de muitos como um atalho para o poder.
Por esse motivo duas das dez monarquias/casas reais da Europa têm um
mago da corte (não, não existe como cargo oficial, mas é um cargo
que existe de facto. Não acredita ? Verifique.). Qualquer pessoa
com um mínimo de informação leu o relato do Waldo Vieira no qual
se projectou a uma multinacional onde encontrou diversos quadros
superiores a tentarem influenciar psiquicamente um alvo, bem como o
texto do Paulo Coelho no qual menciona que o seu mestre tinha
executado um ritual para garantir que a multinacional para a qual
trabalhava ganhava um negócio avultado. O poder é promíscuo.
Sabemos que as principais agências de espionagem / contra espionagem
investiram milhões na investigação de fenómenos mágicos e
paranormais e que a CIA dedicou anos ao estudo do yagé (ayahuasca)
como ferramenta para o auxílio da visão á distância. Está tudo
nos relatórios desclassificados. Também infiltraram, utilizaram e
em muitos casos destruíram escolas místicas, associações
fraternais e covens (entre muitas temos os casos da OTO, Golden Dawn,
Argentum Astrum, Sociedade Teosófica, Discordianos, Maçonaria nas
suas vertentes mística e política; AMORC ). Mais importante ainda a
CIA, através dos seus operativos Anton Szandor Lavey e L. Ron
Hubbard esteve na génese de duas ferramentas criadas para afastar as
pessoas do oculto. A Igreja de Satã e a Cientologia.
Na
verdade o “nosso amigo” L. Ron fez parte da OTO e saiu de lá com
o conhecimento mágico, o dinheiro da ordem e a mulher do chefe.
Chama-se a isto (goste-se ou não) um trabalho bem feito.
Agora
que temos um background histórico olhemos para a situação actual.
Nada mudou. As diferentes elites combatem-se entre si por todos os
meios incluindo o mágico. E aqui tenho de enfatizar que não existe
uma elite e sim elites, cada uma a tentar dominar as outras.
A
questão que se coloca é de que a maior parte dos membros das elites
não são mágicos operativos, porque isso requer vocação,
disciplina, esforço, capacidade de interpretar, influenciar e criar
padrões e acima de tudo requer tempo. É muito mais simples e muitas
vezes mais eficaz utilizar as ferramentas da taumaturgia moderna –
publicidade, propaganda positiva e negativa, manipulação dos meios
de comunicação, pressão económica, difusão do medo. Raras são
as ocasiões que requerem a utilização de magia. Na verdade, a
última vez em que uma elite utilizou magia de um modo constante e
prolongado foi durante a independência do Quénia, na qual a
autoridade colonial britânica contratou feiticeiros nativos para
exorcizar em massa membros dos Mau-Mau que estavam presos por um
juramento mágico. E é bem conhecido também que o ramo indiano da
Sociedade Teosófica trabalhou magicamente para a independência da
Índia e para a destruição do Império Britânico.
Apesar
da histeria de alguns meios de comunicação alternativos, as elites
e as suas entourages executam bem poucos actos de magia / rituais
ocultos. O que a história comprova é que, pelo contrário, as
elites combatem denodadamente o oculto, criando campanhas de
difamação e utilizando técnicas de manipulação psicológica e
ideológica para incutir o medo nas massas.
Poderão
estar a pensar que exagero. Já ouviram falar de Nadean Cool ? Nadean
Cool é uma assistente de enfermagem de Wisconsin que consultou um
psiquiatra para a ajudar a lidar com a sua reacção a uma situação
traumática que tinha acontecido à sua filha. Durante a terapia, o
psiquiatra usou hipnose e outras técnicas sugestivas para
aparentemente escavar memórias enterradas de abuso que a própria
Cool teria experimentado. No processo, Cool ficou convencida de que
tinha reprimido lembranças de ter estado em um culto satânico, de
comer bebés, de ser violada, de ter relações sexuais com animais e
de ser forçada a assistir ao assassinato de um amigo seu com oito
anos. Chegou a acreditar que tinha mais de 120 personalidades -
crianças, adultos, anjos e até mesmo um pato – devido ao facto de
ter sofrido brutais abusos sexuais e físicos na infância. O
psiquiatra também a exorcizou diversas vezes, e um dos exorcismos
durou cinco horas e incluiu a aspersão de água benta e gritos para
Satanás deixar o seu corpo. Quando Cool se apercebeu ( e bem poucos
se apercebem) de que as memórias eram falsas e de que as mesmas
tinham sido plantadas pelo psiquiatra, processou-o por negligência.
Após várias semanas de julgamento o caso foi resolvido por acordo e
o psiquiatra pagou-lhe 2,4 milhões de dólares. É um fraco consolo
para vive r o resto da vida assombrada por memórias falsas de
violência, sadismo e morte.
Não
é de modo algum um caso único.
Temos
o caso de Beth Rutherford. Um terapeuta e conselheiro da igreja
auxiliou Beth Rutherford a lembrar-se (Leia-se implantou falsas
memórias) de que o seu pai, um pastor a tinha violado diversas vezes
dos sete aos catorze anos, enquanto a mãe a segurava. Mais ainda,
“lembrou-se” que o pai a tinha engravidado duas vezes e de ambas
as vezes a tinha forçado a provocar um aborto usando um cabide de
arame. Horrível,
não é ? Mas totalmente falso. Como
sabemos que é falso ? Um exame medico provou que Beth Rutherford na
altura com 22 anos ainda era virgem e nunca tinha estado grávida.
Oferece bem pouco consolo o facto de que ela processou a terapeuta e
ganhou uma indemnização de um milhão de dólares. Esta mulher vai
viver e morrer atormentada por memórias de coisas horríveis que não
aconteceram e por ter destruído a vida a a reputação dos pais.
É
arrepiante a quantidade de “especialistas” que não sabem
distinguir um mantra de um dó de peito, nem um mudra de linguagem
gestual e que ganham a vida a apontar o dedo a tudo o que é
diferente e a gritar (literal ou metaforicamente) “bruxa”,
“satanista”,” illuminati”. Quem acham que os financia?
A
ignorância de tais pessoas é tão espantosamente grande que não
foram capazes de reconhecer o maior ritual mágico do século XX, um
ritual que mobilizou milhares de pessoas, demorou diversos dias a
concluir-se e incluiu um sacrifício humano (voluntário). Esse
ritual forçou um império a ouvir um pequeno homem e a agir
decisivamente. Estou a falar dos factos que antecederam a
independência de Timor. Vou lembrá-los para todos aqueles que eram
ou demasiado novos para ter testemunhado, ou demasiado inexperientes
para compreender o que se passou.
Pela
primeira vez em mais de 20 anos os media ocidentais descobriram que
havia uma luta de independência em Timor-Leste e que o exército
indonésio estava a efectuar uma campanha de terror e extermínio.
Nas semanas seguintes houve diversas acções e manifestações pró
Timor em todo o mundo. Isto criou um ambiente no qual o ritual
poderia ser efectuado. Primeiro começou uma campanha na rádio para
que numa noite específica cada português colocasse á janela uma
vela por Timor. Quem conhece um pouco sobre magia de velas consegue
imaginar o poder imenso que algo tão simples gerou, multiplicado
pelas dezenas (centenas) de milhar que pessoas que o fizeram. Mas
isso foi só o princípio. Depois a campanha na rádio encorojou as
pessoas a vestirem-se de branco por Timor numa data específica. Isso
criou uma identidade de grupo, uma egrégora alimentada mais uma vez
pelos largos milhares que o fizeram. Na verdade até o Diário de
Notícias se vestiu de branco. Nesse dia a página da frente do
jornal estava completamente em branco. Por fim houve uma campanha
para realizar a maior corrente humana do mundo. Milhares de pessoas
de mãos dadas por Timor, unindo Lisboa a Cascais. Nessa altura uma
turista americana chegou a Portugal e juntou-se à corrente. De
acordo com as testemunhas, que o relataram mais tarde à revista
Visão, ao fim de pouco tempo a senhora ficou tão emocionada que
caiu no chão, morta. A maior parte dos ocultistas que sabem disto
acreditam que ela consciente ou inconscientemente escolher morrer
ali, naquele momento. Os japoneses têm uma expressão, migawari ni
tatsu. Aquele ou aquela que expia os pecados, aquele ou aquela que
morre para que outros possam viver. O que vou relatar a seguir
parece impossível mas está bem documentado. Minutos após a morte
da senhora, Bill Clinton que era na altura o presidente dos Estados
Unidos telefonou a António Guterres. Os funcionários de São Bento
pediram a Bill Clinton que esperasse porque António Guterres estava
na corrente humana. Um funcionário localizou Guterres e trouxe-o de
volta a São Bento, para atender a chamada de Clinton. Não há um
registo do que foi dito, mas António Guterres nesse momento foi o
ponto focal onde se concentrou a energia do ritual. Após breves
minutos de conversa entre os dois a chamada chegou ao fim e Bill
Clinton ficou tão impressionado que de imediato telefonou ao seu
homólogo em Jacarta e exigiu a paragem imediata dos massacres e a
retirada do exército indonésio de Timor Leste. O resto é história.
Para
evitar mal entendidos e evitar que algum idiota se lembre de
perseguir os radialistas, convém esclarecer que os mesmos foram
influenciados magicamente para lançar as campanhas que compuseram o
ritual.
É
isto, é este poder, esta capacidade de criar mudanças radicais no
mundo que aterroriza a maior parte das elites e que as faz financiar
indivíduos, “especialistas”, sites, jornais e campanhas para
garantir que só o mal fica associado ao ocultismo.
A
próxima vez que alguém vos disser que os ocultistas, illuminati,
maçons comem criancinhas perguntem se os comunistas se tornaram
vegetarianos.