quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Conspiranóia, elites e a guerra contra o oculto

Em Janeiro de 2017 , eu e uns alguns teimosos vamos lançar uma revista digital.
Deixo aqui um dos artigos da mesma, para vos aguçar o apetite.
Boa leitura.

Conspiranóia, elites e a guerra contra o oculto.

Existe uma crença generalizada que a elite e as suas sociedades secretas manipulam o mundo através de artes arcanas e da mais nefanda feitiçaria.
A internet está pejada de histórias de rituais satânicos , sacrifícios humanos e abuso ritual de crianças . A culpa, dizem, é da elite, dos Illluminati.
Vamos falar um pouco sobre isto.

O poder (político, económico, judiciário) sempre cortejou o poder e o ocultismo aparece na mente de muitos como um atalho para o poder. Por esse motivo duas das dez monarquias/casas reais da Europa têm um mago da corte (não, não existe como cargo oficial, mas é um cargo que existe de facto. Não acredita ? Verifique.). Qualquer pessoa com um mínimo de informação leu o relato do Waldo Vieira no qual se projectou a uma multinacional onde encontrou diversos quadros superiores a tentarem influenciar psiquicamente um alvo, bem como o texto do Paulo Coelho no qual menciona que o seu mestre tinha executado um ritual para garantir que a multinacional para a qual trabalhava ganhava um negócio avultado. O poder é promíscuo. Sabemos que as principais agências de espionagem / contra espionagem investiram milhões na investigação de fenómenos mágicos e paranormais e que a CIA dedicou anos ao estudo do yagé (ayahuasca) como ferramenta para o auxílio da visão á distância. Está tudo nos relatórios desclassificados. Também infiltraram, utilizaram e em muitos casos destruíram escolas místicas, associações fraternais e covens (entre muitas temos os casos da OTO, Golden Dawn, Argentum Astrum, Sociedade Teosófica, Discordianos, Maçonaria nas suas vertentes mística e política; AMORC ). Mais importante ainda a CIA, através dos seus operativos Anton Szandor Lavey e L. Ron Hubbard esteve na génese de duas ferramentas criadas para afastar as pessoas do oculto. A Igreja de Satã e a Cientologia.

Na verdade o “nosso amigo” L. Ron fez parte da OTO e saiu de lá com o conhecimento mágico, o dinheiro da ordem e a mulher do chefe. Chama-se a isto (goste-se ou não) um trabalho bem feito.

Agora que temos um background histórico olhemos para a situação actual. Nada mudou. As diferentes elites combatem-se entre si por todos os meios incluindo o mágico. E aqui tenho de enfatizar que não existe uma elite e sim elites, cada uma a tentar dominar as outras.

A questão que se coloca é de que a maior parte dos membros das elites não são mágicos operativos, porque isso requer vocação, disciplina, esforço, capacidade de interpretar, influenciar e criar padrões e acima de tudo requer tempo. É muito mais simples e muitas vezes mais eficaz utilizar as ferramentas da taumaturgia moderna – publicidade, propaganda positiva e negativa, manipulação dos meios de comunicação, pressão económica, difusão do medo. Raras são as ocasiões que requerem a utilização de magia. Na verdade, a última vez em que uma elite utilizou magia de um modo constante e prolongado foi durante a independência do Quénia, na qual a autoridade colonial britânica contratou feiticeiros nativos para exorcizar em massa membros dos Mau-Mau que estavam presos por um juramento mágico. E é bem conhecido também que o ramo indiano da Sociedade Teosófica trabalhou magicamente para a independência da Índia e para a destruição do Império Britânico.

Apesar da histeria de alguns meios de comunicação alternativos, as elites e as suas entourages executam bem poucos actos de magia / rituais ocultos. O que a história comprova é que, pelo contrário, as elites combatem denodadamente o oculto, criando campanhas de difamação e utilizando técnicas de manipulação psicológica e ideológica para incutir o medo nas massas.

Poderão estar a pensar que exagero. Já ouviram falar de Nadean Cool ? Nadean Cool é uma assistente de enfermagem de Wisconsin que consultou um psiquiatra para a ajudar a lidar com a sua reacção a uma situação traumática que tinha acontecido à sua filha. Durante a terapia, o psiquiatra usou hipnose e outras técnicas sugestivas para aparentemente escavar memórias enterradas de abuso que a própria Cool teria experimentado. No processo, Cool ficou convencida de que tinha reprimido lembranças de ter estado em um culto satânico, de comer bebés, de ser violada, de ter relações sexuais com animais e de ser forçada a assistir ao assassinato de um amigo seu com oito anos. Chegou a acreditar que tinha mais de 120 personalidades - crianças, adultos, anjos e até mesmo um pato – devido ao facto de ter sofrido brutais abusos sexuais e físicos na infância. O psiquiatra também a exorcizou diversas vezes, e um dos exorcismos durou cinco horas e incluiu a aspersão de água benta e gritos para Satanás deixar o seu corpo. Quando Cool se apercebeu ( e bem poucos se apercebem) de que as memórias eram falsas e de que as mesmas tinham sido plantadas pelo psiquiatra, processou-o por negligência. Após várias semanas de julgamento o caso foi resolvido por acordo e o psiquiatra pagou-lhe 2,4 milhões de dólares. É um fraco consolo para vive r o resto da vida assombrada por memórias falsas de violência, sadismo e morte.

Não é de modo algum um caso único.

Temos o caso de Beth Rutherford. Um terapeuta e conselheiro da igreja auxiliou Beth Rutherford a lembrar-se (Leia-se implantou falsas memórias) de que o seu pai, um pastor a tinha violado diversas vezes dos sete aos catorze anos, enquanto a mãe a segurava. Mais ainda, “lembrou-se” que o pai a tinha engravidado duas vezes e de ambas as vezes a tinha forçado a provocar um aborto usando um cabide de arame. Horrível, não é ? Mas totalmente falso. Como sabemos que é falso ? Um exame medico provou que Beth Rutherford na altura com 22 anos ainda era virgem e nunca tinha estado grávida. Oferece bem pouco consolo o facto de que ela processou a terapeuta e ganhou uma indemnização de um milhão de dólares. Esta mulher vai viver e morrer atormentada por memórias de coisas horríveis que não aconteceram e por ter destruído a vida a a reputação dos pais.

É arrepiante a quantidade de “especialistas” que não sabem distinguir um mantra de um dó de peito, nem um mudra de linguagem gestual e que ganham a vida a apontar o dedo a tudo o que é diferente e a gritar (literal ou metaforicamente) “bruxa”, “satanista”,” illuminati”. Quem acham que os financia?

A ignorância de tais pessoas é tão espantosamente grande que não foram capazes de reconhecer o maior ritual mágico do século XX, um ritual que mobilizou milhares de pessoas, demorou diversos dias a concluir-se e incluiu um sacrifício humano (voluntário). Esse ritual forçou um império a ouvir um pequeno homem e a agir decisivamente. Estou a falar dos factos que antecederam a independência de Timor. Vou lembrá-los para todos aqueles que eram ou demasiado novos para ter testemunhado, ou demasiado inexperientes para compreender o que se passou.

Pela primeira vez em mais de 20 anos os media ocidentais descobriram que havia uma luta de independência em Timor-Leste e que o exército indonésio estava a efectuar uma campanha de terror e extermínio. Nas semanas seguintes houve diversas acções e manifestações pró Timor em todo o mundo. Isto criou um ambiente no qual o ritual poderia ser efectuado. Primeiro começou uma campanha na rádio para que numa noite específica cada português colocasse á janela uma vela por Timor. Quem conhece um pouco sobre magia de velas consegue imaginar o poder imenso que algo tão simples gerou, multiplicado pelas dezenas (centenas) de milhar que pessoas que o fizeram. Mas isso foi só o princípio. Depois a campanha na rádio encorojou as pessoas a vestirem-se de branco por Timor numa data específica. Isso criou uma identidade de grupo, uma egrégora alimentada mais uma vez pelos largos milhares que o fizeram. Na verdade até o Diário de Notícias se vestiu de branco. Nesse dia a página da frente do jornal estava completamente em branco. Por fim houve uma campanha para realizar a maior corrente humana do mundo. Milhares de pessoas de mãos dadas por Timor, unindo Lisboa a Cascais. Nessa altura uma turista americana chegou a Portugal e juntou-se à corrente. De acordo com as testemunhas, que o relataram mais tarde à revista Visão, ao fim de pouco tempo a senhora ficou tão emocionada que caiu no chão, morta. A maior parte dos ocultistas que sabem disto acreditam que ela consciente ou inconscientemente escolher morrer ali, naquele momento. Os japoneses têm uma expressão, migawari ni tatsu. Aquele ou aquela que expia os pecados, aquele ou aquela que morre para que outros possam viver. O que vou relatar a seguir parece impossível mas está bem documentado. Minutos após a morte da senhora, Bill Clinton que era na altura o presidente dos Estados Unidos telefonou a António Guterres. Os funcionários de São Bento pediram a Bill Clinton que esperasse porque António Guterres estava na corrente humana. Um funcionário localizou Guterres e trouxe-o de volta a São Bento, para atender a chamada de Clinton. Não há um registo do que foi dito, mas António Guterres nesse momento foi o ponto focal onde se concentrou a energia do ritual. Após breves minutos de conversa entre os dois a chamada chegou ao fim e Bill Clinton ficou tão impressionado que de imediato telefonou ao seu homólogo em Jacarta e exigiu a paragem imediata dos massacres e a retirada do exército indonésio de Timor Leste. O resto é história.

Para evitar mal entendidos e evitar que algum idiota se lembre de perseguir os radialistas, convém esclarecer que os mesmos foram influenciados magicamente para lançar as campanhas que compuseram o ritual.

É isto, é este poder, esta capacidade de criar mudanças radicais no mundo que aterroriza a maior parte das elites e que as faz financiar indivíduos, “especialistas”, sites, jornais e campanhas para garantir que só o mal fica associado ao ocultismo.

A próxima vez que alguém vos disser que os ocultistas, illuminati, maçons comem criancinhas perguntem se os comunistas se tornaram vegetarianos.