quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

ACTIVISMO A SÉRIO

Qual a diferença entre uma pessoa com príncipios, um activista e um fanático ?
Uma pessoa com princípios opta por fazer/não fazer uma coisa que considera importante e faz/não faz essa coisa mesmo quando não lhe dá jeito e/ou ninguém está a ver.
Um activista é alguém que considera que deve alertar as outras passoas para fazerem/não fazerem essa mesma coisa que considera importante.
Um fanático é alguém que tenta obrigar por qualquer meio os outros a agir de acordo com o que acha que se deve fazer/não fazer.

Estou velho e hoje em dia antes de me juntar a uma qualquer manifestação ou demonstração faço a mim mesmo as seguintes perguntas :
1 – Isto é suficientemente importante para me arriscar a levar porrada da polícia de choque ?
2 – Existe algum método mais inteligente e mais eficaz de fazer a mudança que pretendo ?
9 em cada 10 vezes as respostas são 1- não, 2 -sim.

Tenho uma série de amigos envolvidos no activismo animal. Vão a manifestações e demonstrações para acabar com a tourada e proteger os golfinhos.
A menos que consigam reunir algumas dezenas de milhares de pessoas, uma e outra e outra vez, nunca vão parar com as touradas nem salvar os golfinhos de Taiji.

Então como agir ?
Atingir as entidades que onde lhes doi mais.
No caso das touradas em Portugal, o alvo é o bolso. Olhem para a praça de touros do campo pequeno. As touradas não geram o rendimento sufIciente para sustentar essa estrutura. Como tal necessitam do centro comercial e dos espectáculos para se sustentarem. O que fazer? Primeiro que tudo não comprar nada no centro comercial do campo pequeno e não assistir a espectáculos lá, mesmo que seja o vosso artista favorito. A seguir obter uma lista dos espectáculos marcados. Reunir uma série de gente e enviar uma carta todas as semanas aos artistas/agentes, explicando que gostariam muito de assistir ao seu espectáculo, mas que se recusam a entrar num local onde se torturam animais por divertimento e que aconselham toda a gente que conhecem a fazer o mesmo. Esclareçam que compreendem que um contrato é um contrato e que pode ser tarde para que consigam mudar o local do espectáculo. Se for esse o caso não se importariam de usar uma T-shirt/badget/autocolante a condenar a tourada ?

Mesmo que apenas 1% dos artistas decidam remarcar os seus espectáculos para outro sítio e apenas 10% usem a t-shirt o impacto mediático e económico será imenso.

E no caso das outras praças de touros ?
Continuem a apontar ao bolso. A tourada não rende o suficiente para se sustentar. Apareçam nas terrinhas e espalhem o veneno. Perguntem às pessoas se não se sentem incomodadas com a percentagem das taxas e impostos municipais que são usadas para sustentar o vício de alguns. Coloquem autocolantes sobre os cartazes da tourada a apontar factos reais ( se forem apanhados a mentir estão lixados). Por exemplo : comparem o valor dos cavalos (nalguns casos centenas de milhar de euros) com aquilo que a pessoa média ganha. Perguntem se não se sentem violentados por saberem que os seus impostos são usados para sustentar gente rica.
Outra alternativa, e que pode dar algum lucro, marquem qualquer outra actividade para o mesmo dia, um espectáculo de música, magia, bailarico. Organizem-se, rebentem-lhes com a carteira.
É muito mais inteligente e mais saudável do que ter a polícia de choque a rebentar-vos com as trombas ou cavaleiros tauromáquicos a carregar a cavalo sobre os manifestantes.

E no caso dos golfinhos no Japão ?
Daqui não conseguem atingi-los no bolso, portante as manifestações e demonstrações são essenciais, certo ? Errado, errado, errado. Tão errado que até doi.
Está uma manifestação marcada para o dia 8 de Março para proteger os golfinhos . Nesse dia, os pouquíssimos media japoneses que se interessarem pela notícia vão noticiar que uma série de gaijin em Portugal se manifestou contra uma actividade tradicional japonesa.

Agora prestem atenção. Não vão escrever a palavra gajin (estrangeiro/não japonês), vão usar o termo gaijin que muita gente no ocidente pensa que significa o mesmo, mas que na verdade significa qualquer coisa como pessoa cheia de convencimento e ego.
O que em Portugal chamamos um convencido de merda.
Obviamente a estratégia para funcionar tem de ser outra.
Sugiro que cada uma das pessoas que está a pensar em manifestar-se no próximo dia 08 de Março se dirija à embaixada japonesa e entregue em mão quatro cartas manuscritas e lacradas. Uma carta para o embaixador do Japão em Portugal, uma carta para a cãmara do comércio da região onde matam os golfinhos, uma carta para o primeiro ministro japonês e por fim uma carta endereçada ao Imperador do Japão. Coloquem o vosso nome e morada para que vos possam responder (e garanto que receberão uma resposta). Nas cartas expliquem a vossa admiração e respeito pelo povo e cultura japonesa, mas que o massacre dos golfinhos vos surpreende e parece o género de comportamento de bárbaros e não de um povo tão civilizado como o japonês. Peçam a ajuda dessas pessoas e entidades para acabar com essa prática e perguntem se vos podem indicar alguém que possa colaborar para acabar com essa prática.
Uma, duas, três,… algumas centenas de pessoas a dirigir-se á embaixada, de uma forma ordeira, disciplinada, educada e cortês.

Por motivos de segurança os serviços da embaixada podem recusar-se a receber as cartas.
Agradeçam de uma forma educada e cordial, dirijam-se a estação de correios mais próxima, coloquem as quatro cartas lacradas dentro de um sobrescrito grande e enviem-no registado e com aviso de recepção para a embaixada japonesa.
Garanto que os media japoneses vão gastar muito mais tempo a comentar a notícia e que o tom da mesma será muito mais simpático para com os activistas.
Estudem o vosso alvo, vejam como podem fazer passar a mensagem e criar mudança.
Não gastem tempo a repetir estratégias gastas e às quais já ninguém liga.

Por fim, não gastem tempo nem energia a enviar e-mails que vão para o SPAM e depois são apagados. Usem o correio. enviem uma carta física que a pessoa tem de agarrar para ler.