Odeio pseudo “Guerreiros da Luz” que não sabem o que é o
sofrimento e que nunca tiveram o coração partido. De cada vez que alguém diz
com um ar convencido que o que não te mata torna-te mais forte, tenho de
perguntar : “e se partires as costas,
tiveres os tomates esmagados, fores contagiado com brucelose, tiveres um
desgosto de morte, também ficas mais forte ?”
Odeio, Desprezo e Escarneço de gente que diz Namasté, mas
que se vir alguém a caír não é capaz de o/a
ajudar a levantar-se, gente que desvia os olhos quando vê outros seres
humanos a comer do lixo.
Odeio hipócritas. Odeio gente que diz defender o amor livre,
mas para quem o amor livre é a liberdade de foder as mulheres/maridos dos
outros/as, mas que não concebem dar a mesma liberdade à sua mulher/marido. Amor
livre deveria significar livre para amar em vez de significar “eu sou livre
para foder por fora e tu és livre para me adorares, venerares o chão que eu
piso e seres-me fiel até ao momento da tua morte”.
Odeio gente cega pela Luz. Gente boazinha que se junta para
falar de Maytreia, Oxalá e Jesus, cantar Kumbaya, e esperar que a Terra e a
Humanidade dêem um salto quântico na evolução da consciência. A consciência
evolui com trabalho, a função da luz é caminhar em direcção à escuridão para a
iluminar e saltos quânticos pressupõem um acumulo brutal de energia. E não
acontecerão sem esforço, esforço e esforço.
Odeio “ecologistas” que gritam a respeito de chemtrails, e
que acusam as petrolíferas de terem um pacto com satã mas que todas as semanas
gastam um ou dois depósitos de gasolina, que em casa têm sempre o ar
condicionado a bombar e que todos os dias estragam comida.
Odeio comedores de soja. Na sua ânsia de salvar a humanidade
e os animais, não se apercebem ou não se querem aperceber que 90% da soja no
mundo é transgénica e que para suprir a crescente procura de soja todos os anos
se destrói uma área de floresta tropical do tamanho da Holanda.
Odeio gente que me fala de amor. Não me falem de amor.
Mostrem-me o amor. Mostrem-me o fruto das vossas mãos, guiadas pela vossa alma
e coração. Mostrem-me. Ou calem-se.