segunda-feira, 17 de agosto de 2015

COISAS QUE ODEIO


Odeio pseudo “Guerreiros da Luz” que não sabem o que é o sofrimento e que nunca tiveram o coração partido. De cada vez que alguém diz com um ar convencido que o que não te mata torna-te mais forte, tenho de perguntar  : “e se partires as costas, tiveres os tomates esmagados, fores contagiado com brucelose, tiveres um desgosto de morte, também ficas mais forte ?”
Odeio, Desprezo e Escarneço de gente que diz Namasté, mas que se vir alguém a caír não é capaz de o/a  ajudar a levantar-se, gente que desvia os olhos quando vê outros seres humanos a comer do lixo.
Odeio hipócritas. Odeio gente que diz defender o amor livre, mas para quem o amor livre é a liberdade de foder as mulheres/maridos dos outros/as, mas que não concebem dar a mesma liberdade à sua mulher/marido. Amor livre deveria significar livre para amar em vez de significar “eu sou livre para foder por fora e tu és livre para me adorares, venerares o chão que eu piso e seres-me fiel até ao momento da tua morte”.
Odeio gente cega pela Luz. Gente boazinha que se junta para falar de Maytreia, Oxalá e Jesus, cantar Kumbaya, e esperar que a Terra e a Humanidade dêem um salto quântico na evolução da consciência. A consciência evolui com trabalho, a função da luz é caminhar em direcção à escuridão para a iluminar e saltos quânticos pressupõem um acumulo brutal de energia. E não acontecerão sem esforço, esforço e esforço.
Odeio “ecologistas” que gritam a respeito de chemtrails, e que acusam as petrolíferas de terem um pacto com satã mas que todas as semanas gastam um ou dois depósitos de gasolina, que em casa têm sempre o ar condicionado a bombar e que todos os dias estragam comida.
Odeio comedores de soja. Na sua ânsia de salvar a humanidade e os animais, não se apercebem ou não se querem aperceber que 90% da soja no mundo é transgénica e que para suprir a crescente procura de soja todos os anos se destrói uma área de floresta tropical do tamanho da Holanda.
Odeio gente que me fala de amor. Não me falem de amor. Mostrem-me o amor. Mostrem-me o fruto das vossas mãos, guiadas pela vossa alma e coração. Mostrem-me. Ou calem-se.